quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Dias 14, 15, 16 e 17 - Vegas

Aí chegou um dos momentos mais esperados da viagem, Vegas! Mas não porque sou louca por balada e apostas, mas porque estou desde fevereiro comprando ingressos pra assistir o Cirque du Soleil! Estava tão tão ansiosa!
Saí da aula e fui direto pro aeroporto, com medo de perder o horário do check-in. Aí lembrei um dos motivos que me faz amar os EUA, as coisas funcionam aqui. O ônibus que eu pego lá na escola (entendam como longe do aeroporto) para em um pequeno terminal, desse terminal tem um free shuttle até o aeroporto, que vai parando em todos os terminais, facilita muito a vida. Mas como as coisas muito fáceis não tem graça, eu obviamente desci no terminal errado, no 1, achando que meu vôo era de uma companhia aérea, mas na verdade era operado por outra e essa outra ficava lá no outro lado, no 7. Mas consegui! Aí quando é hora de embarcar me deparo com um avião de brinquedo, 50 lugares no avião, muito pequeno! E pra completar a experiência no aeroporto, o tempo que tivemos que esperar para decolar foi um pouco maior por causa da logística do foguete que estava estacionado no pátio. Eu estava no mesmo lugar que um foguete!
Chegando em Vegas foi tudo tranquilo. Muito calor e eu muito errada achando que era igual LA que faz friozinho de noite. Eu lembro que da outra vez que fui fiquei com tanto medo (ou sei lá qual outra palavra) de Vegas, mas dessa vez foi tão tranquilo andar por lá.

Jantei (um lanche só de bacon, que fique registrado) e já fui direto pegar meus ingressos no Luxor, ansiosíssima! O espetáculo da sexta-feira foi Criss Angel - Believe. Esse tem todo aquele clima de suspense e mistério no ar. O lobby do teatro é todo coberto de veludo vermelho, e tem várias fotos e peças que o Criss Angel usa/usou para fazer truques - lembra aquele monte de pregos?! Pois é, estão é e são enormes! Também fica exposta toda a coleção de motos, e mesmo sendo uma coisa que eu não ligo, são muito legais de ver. O teatro em si é o mais lindo que eu já vi! Enorme! Toda a plateia é em arquibancada, aí quando eu olhava para trás conseguia ver aquele mooonte de cadeiras. O palco era emoldurado com figuras de coelhos fazendo truques, e o palco em si tinha uma daquelas cortinhas de veludo vermelho com cara de antigamente. Enquanto esperava o show começar fiquei olhando e olhando o teatro quando vi que lá não tinha a fileira I!!! Lembra no avião que não tinha a cadeira I? E de novo eu estava na J (que na minha cabeça continua sendo I, mas ok!)
Eu sentei quase na ponta, e fiquei em pânico quando não sentou ninguém do meu lado! Acho que esse é o único espetáculo do Cirque que eu não queria ser chamada.
O espetáculo é muito legal, ele entra levitando o que já vale tudo. Aí ele some e aparece umas 3 ou 4 vezes e todas são impressionantes. Mas achei que ele fala demais, dava para ter feito mais alguns truques ali no meio. E interage muito com a plateia, pânico! Um hora ele estava falando e falando e foi subindo e parou do meu lado. Eu hein!
Foi bem legal, mas acho que eu preferia assistir alguma daquelas demonstrações que ele faz no meio da rua.

Sábado acordei sabendo que seria um dia especial. Depois de passar a manhã torrando na piscina e de gastar muito mais dinheiro do que deveria na loja da Coca-Cola (que é tão surtante quanto à do M&M's) já fui pro Mirage, tinha comprado o ticket "insider access" e não queria nem correr o risco de perder a hora. O Insider Access era um tour pelo backstage do espetáculo LOVE (tinha também a opção de ser do O, mas esse vai ficar para a próxima), tinha eu e mais uma família para fazer, e eu adoro quando são grupos pequenos. Os guias do tour eram dois artísticas que fizeram parte do O, o que eu achei bem legal, por ser alguém que já fez parte de todo o processo.
Começamos vendo o teatro e o palco, que foi especialmente projetado pra isso e é o único do Cirque que é 360º. Depois entramos no backstage por uma das saídas do palco mesmo - nesse momento eu já estava muito feliz. Alí, vimos que em cada saída já ficam organizados quais são os objetos de cena e as roupas que entraram por ali. Muito, mas muito incrível andar por esses corredores, estava tudo ali. Todos os acessórios e roupas estavam ali pertinho de mim! E vários deles os guias falavam coisas como onde foram feitos ou explicavam as referências deles e o significado em cena. O que eu mais amei foi o trenzinho da Eleanor Rigby, que é muito lindo, cheio de coisinhas e detalhes! Mas por todos os lados tinham guarda-chuvas, perucas, sapatos e mais inúmeros objetos.
Descemos mais um pouco e fomos para onde ficam os técnicos que fazem o palco subir/descer, e fazem as coisas aparecerem/desapareceram do palco. Por ali tem até um elevador de serviço caso, por exemplo, o artista saia do palco pela plataforma e tenha que entrar pelo corredor normal, até com os nomes e momentos que as pessoas devem usar aquele elevador. Pegamos o elevador e fomos parar em um outro corredor com mais parte técnica, até chegar em um outro elevador que em si já era demais, porque as paredes eram cobertas com fotos do Beatles, que os guias disseram ser exclusivas, só existem ali preservadas na parede do elevador dos técnicos. As fotos eram tanto do dia-a-dia quanto de dias de gravação, e o mural era montado com aquela espécie de 3D que muda a imagem conforme a gente se mexe. Todo mundo ficou com vontade de ficar ali só observando as fotos. Mas esse elevador dava pra outro corredor técnico, onde tinha um pessoal fazendo uma pequena reunião. E desse corredor entramos na cabine de som, daquele tipo cheeeeeio de botões.
Então pegamos o elevador de novo e fomos pro outro lado, onde ficam os artistas. Conhecemos o espaço onde eles treinam e se aquece, e, o mais legal, o lounge de convivência. Como já era quase hora do espetáculo, vários deles já estavam maquiados, todos andando de um lado pro outro. Eu adoro essa sensação de coisas acontecendo!
Foi o tour mais legal e mais completo que eu já fiz! Normalmente quando falam backstage é só para chamar a atenção, mas na verdade não dá pra ver nada, mas nesse foi diferente e vimos tuuudo! Coisa que eu sempre sonhei em fazer, ver o backstage do Cirque du Soleil, e eu ainda me emociono de lembrar!
Um pouco depois já era hora do show. Dessa vez meus lugares eram bem pertinho do palco, e a emoção foi tão maior! Foi tudo tão mais lindo! Eu consegui observar melhor e entender mais coisas, ver bem como eles representaram as canções. Sério, com certeza é umas das coisas mais lindas que eu já vi na minha vida!!

Quando acabou saí correndo para ir pro MGM Grand assistir KÀ, e descobri que realmente é difícil pegar táxi em Vegas.
O teatro também era lindo, e inteiro tematizado, daquele tipo que eles montam estrutura como se saísse do palco e continuasse pela plateia e eles realmente usam durante o espetáculo. E lá no palco ficavam pulando chamas de fogo!

Antes de começar tive outra surpresa, nesse teatro também não existe a fileira I. Sério, vou descobrir qual o problema dos americanos com essa letra.
KÀ é o único espetáculo (pelo menos que eu saiba), que quer contar claramente uma história, tem até narrador no começo. Esse em termos de estrutura é o mais impressionante, desde a primeira cena fique boba de ver. O palco é basicamente uma plataforma gigante que gira para todos os lados e se transforma no que precisar. Não dá nem para explicar, mas é realmente de ficar bobo de ver como eles fazem aquilo. De ficar desacreditando do começo ao fim. Gostei muito!

Domingo foi dia de ir ao Grand Canyon e isso fica pra um post separado.
Como chegamos cedo ao hotel eu não resisti e fui ver mais um, Zumanity. Esse eu sempre tive dúvida porque ele se intitula "o lado sensual do Cirque" e é só para maiores de 18 anos, então eu realmente não sabia o que esperar, mas fui.
O teatro é lindo (tá, preciso aprender mais adjetivos), todo ambientado como se fosse um cabaret.

E de novo sobrou um lugar do meu lado, pânico! Dessa vez com muita razão, porque é o que mais interagem com a plateia. E com muita muita razão porque do meu lado tinha um casal muito bêbado, aí o mestre de cerimônias achou muito divertido ficar passando ali fazendo graça. Sentou do meu lado e me falou coisas impublicáveis, até me deu um autógrafo! hauhauha
Esse show é feito para ser sensual, sexy, etc. Em todos os números as mulheres estão em sutiã. Mas é incrível como eles sabem se manter no limite para que não incomode e deixe a impressão errada. No final, gostei muito!


Segunda, Mystére, que foi o primeiro espetáculo do Cirque em Las Vegas.
Sim, o teatro também era muito bonito. E dessa vez não consegui ver se tinha ou não uma fileira I.
Esse espetáculo é bem diferente dos residentes em Vegas e mais parecido com os de tour, com muitas acrobacias e palhaço muito divertido - nesses eu sempre fico torcendo para ser chamada - só que com a diferença de ter um baita palco que sobe o desce e desaparece e tudo mais. E esse é daquele que já emociona na primeira cena, que foi tipo um prólogo mesmo e tem uma energia incrível.
Nesse, tinham várias crianças assistindo. Apesar de nunca entender o que faz uma família levar uma criança pra Vegas, acho muito legal quando tem crianças assistindo coisas bonitas.

E assim se resume minha maratona Cirque du Soleil. Eu queria mesmo saber descrever e compartilhar tudo e como isso me faz sentir. Agora estou feliz, realizada, renovada!
Fui para Vegas e não joguei nada (tá, eu prometi que dessa vez jogaria, mas não fiz), não bebi, não fui em balada, mas com certeza saí de lá muito mais feliz que todos os outros! Com sonhos realizados!

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